Dados analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) mostram que a taxa de desemprego total da Região Metropolitana de Salvador aumentou, ao passar de 24,1% para 24,9% da População Economicamente Ativa (PEA), entre maio e junho de 2017. Segundo suas componentes, a taxa de desemprego aberto elevou-se de 16,5% para 17,3% e a de desemprego oculto permaneceu estável em 7,6%. Os dados fazem parte da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pela SEI em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a Fundação Seade do Estado de São Paulo, a Secretaria de Trabalho do Estado da Bahia (SETRE), e conta com o apoio do Fundo de Amparo ao Trabalhador do Ministério do Trabalho.
O contingente de desempregados foi estimado em 481 mil pessoas, elevação de 17 mil em relação ao mês anterior. Este resultado decorreu do aumento da PEA (seis mil pessoas) concomitante ao decréscimo do número de postos de trabalho (-11 mil). A taxa de participação – indicador que estabelece a proporção de pessoas com 10 anos ou mais presentes no mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas – passou de 57,4%, em maio, para 57,5%, em junho.
No mês de junho, o contingente de ocupados diminuiu (-0,8% ou -11 mil) e foi estimado em 1.451 mil pessoas. Segundo os setores de atividade econômica analisados, houve declínio do contingente no Comércio e reparação de veículos (-2,5% ou -7 mil), nos Serviços (-0,4% ou -4 mil) e na Indústria de transformação (-2,0% ou -2 mil), enquanto na Construção ficou estável.
Segundo a posição na ocupação, o contingente de trabalhadores assalariados diminuiu (-1,8% ou -17 mil pessoas), com redução no setor privado (-2,5% ou -21 mil) e pequena elevação no setor público (1,6% ou dois mil). No setor privado, houve decréscimo no número de postos com carteira de trabalho assinada (-1,7% ou -13 mil) e no sem carteira (-8,1% ou -8 mil). Houve, ainda, aumento no número de empregados domésticos (9,3% ou 10 mil) e de autônomos (4,5% ou 13 mil), e retração no agregado outras posições ocupacionais, que inclui empregadores, trabalhadores familiares, donos de negócio familiar, etc. (-18,3% ou -17 mil).
Entre abril e maio de 2017, o rendimento médio real elevou-se para os ocupados (1,8%) e para os assalariados (2,7%). Os valores monetários passaram a equivaler a R$ 1.496 e R$ 1.584, respectivamente.
A massa de rendimentos reais aumentou entre os ocupados (2,6%) e entre os assalariados (4,2%). Em ambos os casos, esse comportamento derivou do acréscimo no rendimento médio real e, em menor proporção, no nível de ocupação.
Comportamento em doze meses - Entre os meses de junho de 2016 e de 2017, a taxa de desemprego total na RMS permaneceu relativamente estável, ao passar de 24,8% para 24,9% da PEA. Esse resultado deveu-se à elevação da taxa de desemprego oculto (de 7,0% para 7,6%), atenuada pela redução da taxa de desemprego aberto (de 17,8% para 17,3%).
O contingente de desempregados elevou-se em 16 mil pessoas. Tal comportamento decorreu do aumento da População Economicamente Ativa ? PEA (acréscimo de 58 mil pessoas na força de trabalho da região) em intensidade superior à elevação no nível de ocupação (mais 42 mil postos de trabalho). A taxa de participação elevou-se de 56,8% para 57,5%.
Nos últimos 12 meses, o número de ocupados aumentou 3,0%, ao passar de 1.409 mil para 1.451 mil pessoas. Setorialmente, houve aumento no setor de Serviços (5,9% ou 53 mil) e, em menor magnitude, na Construção (2,8% ou 3 mil). Por outro lado, reduziu-se o contingente no Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (-3,6% ou -10 mil) e na Indústria de transformação (-4,8% ou -5 mil).
Segundo a posição na ocupação, nos últimos 12 meses, o emprego assalariado retraiu-se (-0,6% ou -6 mil), devido à redução no setor privado (-1,0% ou -8 mil), já que no setor público houve relativa estabilidade (0,8% ou 1 mil). No setor privado, diminuiu o número de assalariados sem registro em carteira (-8,1% ou -8 mil) e manteve-se estável o contingente com carteira de trabalho assinada. Constatou-se, ainda, aumento no contingente de trabalhadores autônomos (19,6% ou 50 mil), pequeno decréscimo no do agregado outras posições ocupacionais, que inclui empregadores, trabalhadores familiares e donos de negócio familiar, entre outros (-2,6% ou -2 mil), e estabilidade no número de empregados domésticos.
Entre maio de 2016 e 2017, o rendimento médio real aumentou para os ocupados (10,9%) e para os assalariados (9,3%). Nesse período, houve aumento na massa de rendimentos reais dos ocupados (14,4%) e na dos assalariados (9,0%). Entre os ocupados, o resultado derivou do acréscimo do rendimento médio real e, em menor proporção, do nível de ocupação. No caso dos assalariados deveu-se, exclusivamente, ao crescimento do salário médio, uma vez que o nível de emprego decresceu.