A Pesquisa Mensal da Indústria (PMI) do IBGE mostrou que após três meses consecutivos de contração, o indicador de produção industrial da Bahia registrou avanço de 7,6% em maio, em relação ao mês de abril (dados com ajuste sazonal). O desempenho do setor em maio reflete, principalmente, o retorno à produção (mesmo que parcialmente) de unidades produtivas, após as interrupções geradas por efeito da pandemia de Covid-19.
Na comparação com igual mês do ano anterior, a indústria baiana assinalou declínio de 20,7%. No acumulado do ano, a indústria registrou queda de 5,9%, em relação ao mesmo período do ano anterior. O indicador, no acumulado dos últimos 12 meses, apresentou redução de 5,1%, frente ao mesmo período anterior.
Na análise sazonal, o comércio varejista no estado baiano registrou variação positiva de 10,3%. Já o varejo nacional cresceu 13,9% em maio, nessa mesma base de comparação. As vendas no comércio varejista baiano registraram, em maio de 2020, recuo de 20,8% na comparação com igual mês do ano anterior. No acumulado do ano, a taxa do volume de negócios foi negativa em 11,1%, de acordo com dados apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE.
Ainda de acordo com a PMC, o volume de vendas do comércio varejista ampliado, na Bahia, registrou queda de 27,2% nas vendas em relação a igual mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi negativa em 4,1%.
As exportações baianas somaram US$ 518,8 milhões em junho e as importações, US$ 362,1 milhões. No acumulado do primeiro semestre, foram US$ 3,55 bilhões em embarques e US$ 2,37 bilhões em compras externas. As exportações foram afetadas pelo efeito dos preços, que recuaram 30,2% no período comparado ao primeiro semestre do ano passado, anulando o incremento de 30,8% na quantidade exportada.
Reflexo de uma crise sem precedentes, alimentadas pelo câmbio desfavorável e a paralisação de diversas atividades produtivas, houve forte queda de 31,1% nas importações baianas no semestre comparado ao mesmo período de 2019. Esse recuo deve se manter nos próximos meses, ainda que não na mesma magnitude. A corrente de comércio do estado (soma de exportações e importações) declinou 19,3%, enquanto o superávit alcançou US$ 1,18 bilhão, sendo 164% maior do que no mesmo período do ano passado.
A estimativa de junho para a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas (também conhecidos como grãos) prevê uma produção recorde de 9.359.331 toneladas neste ano – a maior da série histórica do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo IBGE desde 1972. A safra de grãos 2020, na Bahia, deve ficar 13,0% acima (ou mais 1.075.671 toneladas) da colhida em 2019 (8.283.660 toneladas). A previsão de junho para o estado ficou 3,2% maior que a de maio, quando a estimativa era de uma safra de 9.065.031 toneladas de grãos neste ano.
Destaque para a produção baiana de soja que, em 2020, deve atingir 6,027 milhões de toneladas, com crescimento de 1,2 % na área plantada. Com isso, a produção de soja na Bahia deve superar em 13,5% a de 2019 (5,309 milhões de toneladas).
O governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) está em fase final de negociação para a vinda de mais uma grande cervejaria para a cidade de Alagoinhas, que hoje é considerada a capital da cerveja e sede de um dos maiores polos de bebidas do país. Trata-se da Cervejaria Cidade Imperial, de Petrópolis, que produz uma das cervejas mais apreciadas do país e pretende investir R$ 1,2 bilhão na construção de uma fábrica de cerveja, cerveja puro-malte, energéticos e outros produtos com a criação de 350 empregos.
O secretário e vice-governador João Leão declarou-se empenhado em fortalecer o Polo de Bebidas de Alagoinhas, onde já está instalado o grupo Kirin Brasil, comprado pela Heineken, também o grupo Petropólis da Cerveja Itaipava, além de várias indústrias de refrigerantes.
A confirmação pela Petrobras de que o fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi, está entre os grupos participantes no processo de desinvestimento da refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, ressaltou o interesse de investidores estrangeiros no negócio de refino no Brasil. Segundo o jornal “O Globo”, além do fundo dos Emirados Árabes, o grupo de origem indiana Essar é apontado como um dos candidatos e a chinesa Sinopec também estaria na disputa. O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que as propostas apresentadas pela Rlam atenderam às expectativas.
A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e alguns economistas veem a venda da Rlam com entusiasmo e boas perspectivas de novos investimentos para a economia baiana, tornando provável a injeção de recursos na empresa visando sua modernização/ampliação, bem como o estabelecimento de mercado concorrencial na área do refino. Este cenário, segundo a Fieb, daria início a uma nova fase de crescimento no setor industrial baiano.
Outras instituições e especialistas do setor, entretanto, afirmam que, até o momento, não se vê, no efeito da pandemia, nada que justifique a aceleração da venda do patrimônio da Petrobras. Estes defendem que a venda das refinarias como estratégia de redução de endividamento é uma ação claramente danosa aos interesses da Petrobras, tanto pela desintegração vertical da produção como pela perda de posição dominante no mercado brasileiro de refino.
Os detalhamentos dos setores, destacando alguns fatores que podem afetar as atividades de cada um, podem ser acessados no boletim completo no site da SEI clicando aqui!