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SEI divulga pesquisa agrícola municipal 2015, com os principais resultados para a Bahia

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A produção da safra agrícola na Bahia gerou um valor bruto estimado em R$ 17,2 bilhões,  em 2015, obtidos em 4,9 milhões de hectares colhidos, de acordo com a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cifra representou um crescimento nominal de 6,5% em relação ao valor obtido em 2014. Com isso, o estado manteve a sétima posição no ranking da produção nacional, tendo participação de 6,4% em todo valor produzido pela agricultura nacional. Em relação ao Nordeste, a Bahia foi responsável por cerca de 50,0% da produção regional. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).

Dentre as principais culturas observadas, a soja (25,9%), o algodão (14,6%) e o cacau (7,4%) obtiveram as maiores participações no valor da produção estadual.

São Desidério, localizado no oeste do estado, no território de identidade da Bacia do Rio Grande, liderou mais uma vez o ranking nacional dos municípios com o valor da ordem de R$ 2,8 bilhões produzido pelas suas atividades agrícolas. As culturas do algodão e da soja foram as principais responsáveis pelo desempenho, que superou em 23,2% o resultado do ano anterior.  A produção algodoeira representou 52,9% do valor produzido, enquanto a soja, cuja produção física apresentou crescimento de 57,5% entre a safra 2014 e 2015, teve participação de 39,6%.

A Bahia se destaca também como polo de produção de frutas, tendo participado com 11,9% do valor da produção nacional, o que representou uma receita da ordem R$ 3,2 bilhões. Bom Jesus da Lapa, no Território do Velho Chico, foi o quinto município do ranking nacional, com participação de 0,9% no valor da produção de frutíferas. Tendo a banana como sua principal cultura, o município teve crescimento de 36,0% nas receitas geradas pela produção de frutas. Outros municípios como Juazeiro, Rio Real, Casa Nova e Itabela se destacam na fruticultura. No estado, banana (28,0%), mamão (17,7%) e coco-da-baía (11,2%) responderam pelas principais participações no valor da produção de frutíferas.

A Bahia foi o segundo maior produtor de algodão do país com participação de 29,4% da produção nacional. Em 2015, foram produzidas de 1,19 milhões de toneladas, superando em 2,8% a marca da safra anterior, gerando um valor R$ 2,5 bilhões. São Desiderio lidera a produção entre os municípios, com participação de 11,7% do total nacional. O município produziu 477,2 mil toneladas, representando um valor de R$ 1,3 bilhões. Formosa do Rio Preto, também na Bacia do Rio Grande, produziu 190,3 mil toneladas da fibra, superando em 40,0% a produção de 2014. Assumiu, assim, a condição de segundo maior produtor estadual de algodão, que havia sido ocupado pelo município de Correntina.

Os principais produtores de banana foram os municípios de Bom Jesus da Lapa, Wenceslau Guimarães e Barra do Choça. O valor da produção baiana teve variação de 10,7% em relação a 2014, alcançando R$ 883,7 milhões, apesar da redução da área colhida (-0,7%) e da menor produção física (-1,2%). A Bahia manteve a primeira posição do ranking com participação de 15,6% no total da produção nacional. Bom Jesus da Lapa liderou o ranking nacional dos municípios com 171 mil toneladas produzidas, 31,3% superior à de 2014, representando 2,5% da produção nacional.

A lavoura do café ocupou uma área de 163,8 mil hectares e produziu 209,1 mil toneladas do grão. Essa marca superou em 3,7% a de 2014, gerando um valor de R$ 1,09 bilhões. Prado, Itamaraju e Barra do Choça foram os principais municípios produtores do estado e responderam por 47% da produção baiana (76,9 mil toneladas).

Terceiro maior produtor de feijão do país, a Bahia participa com 13,4 % da produção nacional. Entre 2014 e 2015, a safra da leguminosa cresceu 16,4% e alcançou o volume de 414,6 mil toneladas, em 506,3 mil hectares colhidos. Os municípios que mais se destacaram no período foram São Desiderio (segundo maior produtor do país), seguido por Euclides da Cunha, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras.

De acordo com a pesquisa, a Bahia perdeu espaço na produção de laranja para o estado de Minas Gerais, que passou a ocupar o status de segundo maior produtor do país. A entrada em produção de lavouras em municípios mineiros foi responsável pelo desempenho mais favorável daquele estado. Houve uma queda de 6,2% da produção local, com isso a participação da lavoura baiana na produção nacional foi reduzida de 6,1% para 5,8% entre 2014 e 2015. Os municípios de Rio Real e Inhambupe respondem por 579.000 toneladas, cerca de 60% da produção estadual.

A Bahia foi o sexto maior produtor de soja do país, com produção recorde de 4,5 milhões de toneladas, variando positivamente 40,8% em relação a 2014, participando com 4,6% da produção nacional. O valor da produção alcançou R$ 4,4 bilhões, sendo que os municípios de São Desiderio e Formosa do Rio Preto, principais polos de produção da oleaginosa, geraram mais de R$ 2,2 bilhões. Juntos produziram mais de 2,2 milhões de toneladas do grão.

No tocante à produção de uva, a Bahia foi o quarto maior produtor nacional, com 77,4 mil toneladas, em 2015, gerando um valor de R$ 179,8 milhões. A participação da lavoura baiana corresponde a 5,2% da produção nacional. A viticultura é predominante nos municípios de Juazeiro e Casa Nova, situados no território do Sertão do São Francisco, que produziram, respectivamente, 39,4 e 36,0 mil toneladas.

Dentre os territórios de identidade, destaque para a Bacia do Rio Grande, que abriga os maiores produtores de grãos do estado, localizados na fronteira agrícola do cerrado. São grandes produtores de algodão, feijão, milho e soja. Entre 2014 e 2015, houve variação de 18,3% no valor gerado pelas lavouras da região, alcançando uma estimativa de mais R$ 7 bilhões. Houve um aumento de 4,0 pontos percentuais de participação do território no valor total da produção. O destaque negativo ficou por conta do território do Sertão do São Francisco, que acumulou perda de receitas da ordem de 53,9%, no período. A região, que se projeta com um polo de produção de frutas e da viticultura, tem sofrido os efeitos da falta de chuvas regulares sobre as atividades agrícolas, sobretudo nos perímetros não irrigados.

A concentração agrícola baiana fica evidente, quando se observa que apenas cinco territórios de identidade (Bacia do Rio Grande, Bacia do Rio Corrente, Chapada Diamantina, Extremo Sul e Litoral Sul) concentram quase 64,0% do valor da produção total do estado.

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