As exportações baianas atingiram US$ 579 milhões em setembro, o que representa queda de 35,2% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 10,5% na comparação com o resultado de agosto deste ano. As causas do recuo das exportações em setembro são atribuídas à valorização do real frente ao dólar nos últimos meses, que vem reduzindo a competitividade nas vendas de produtos industrializados. A queda também é atribuída à redução dos embarques de produtos agrícolas, cuja produção vem sendo fortemente afetada pela seca, além dos baixos preços de commodities e da demanda internacional.
As vendas de produtos industrializados caíram 29,3% em setembro e 8,1% no acumulado do ano. A valorização do real em quase 18% no ano, o recuo de 8,1% em média nos preços de exportação e a alta em torno de 10% dos custos de produção contribuíram para a perda de margem dos exportadores, comprometendo o desempenho do agregado. As vendas do setor automotivo, que vinham ganhando fôlego, registraram queda de 26,2% em setembro, enquanto as do setor petroquímico recuaram 19,2%.
Porém, os produtos básicos, sobretudo as commodities agrícolas, são os principais responsáveis pela retração das exportações estaduais, registrando as maiores quedas em setembro comparadas a igual período de 2015. O agregado recuou 48,8%, enquanto os produtos agropecuários caíram 44,3%. A seca que reduziu a produção agrícola da Bahia, a menor demanda global por commodities e a consequente queda dos seus preços, foram determinantes para o desempenho negativo.
A soja e seus derivados, principal produto agrícola do estado, teve redução de 56,8% nas vendas em setembro e de 55% no volume embarcado. No acumulado do ano, a queda nas receitas do segmento chega a 34%. Com o recuo dos embarques de soja devido à seca e aos estoques baixos, além da queda de preços da celulose, da soja, do algodão, café e milho, as exportações do agronegócio no ano acusam uma redução de 22% em valor comparadas a janeiro/setembro de 2015.
IMPORTAÇÕES
As importações, que tiveram crescimento em agosto, recuaram em setembro para US$ 469,7 milhões, uma queda de 20,2%, quando comparadas ao mesmo mês do ano passado.
Mesmo com a reversão em setembro, o recuo das importações em menor intensidade, quando comparado ao início do ano, é uma possível indicação de recuperação da economia, embora o efeito câmbio não deva ser desprezado.
Outro indicador positivo é que as compras de bens de capital (que incluem máquinas e equipamentos) apresentaram crescimento pelo quinto mês consecutivo (59%), indicando que a crise não arrefeceu investimentos privados no estado principalmente na área de energia eólica e infraestrutura. O produto com maior incremento da pauta de importação em setembro foram as células solares em módulos ou painéis, com crescimento de 1.028%.
Com os resultados apurados até o mês de setembro, a Bahia acumula um superávit de US$ 176,3 milhões em sua balança comercial. As exportações alcançaram US$ 5,2 bilhões e são 12,7% inferiores a igual período de 2015, enquanto que as importações foram de US$ 5 bilhões, estando também 22,5% menores se comparadas a jan/setembro do ano passado.